sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Meta é terminar rodoanel norte de SP até dezembro de 2015, diz Alckmin

07/02/2013 - Valor Econômico

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira que pretende entregar as obras do trecho norte do rodoanel de São Paulo, concluindo o anel rodoviário da região metropolitana, até dezembro de 2015.

A contratação das empresas que vão executar o trecho de 47 quilômetros foi assinada hoje e as obras começam em março. "O prazo é de 36 meses, mas queremos adiantar isso", afirmou Alckmin.

O trecho norte do anel rodoviário vai ligar as rodovias Dutra e Fernão Dias e contará ainda com acesso ao aeroporto de Guarulhos. A obra está orçada em R$ 3,9 bilhões e, segundo estimativas do governo do Estado, deve retirar 17 mil caminhões que circulam diariamente pela Marginal Tietê, na capital paulista – diminuindo o tráfego de caminhões pela via em 40%. Estima-se que o trecho norte irá receber 65 mil veículos por dia, quando for inaugurado. "Vamos interligar o aeroporto de Guarulhos, o maior do país, e o maior porto do país, o de Santos, gerando eficiência e diminuindo o custo Brasil", ressaltou Alckmin.

A Construtora OAS Ltda, a Acciona Infraestructuras S/A e os consórcios formados pelas empresas Mendes Júnior/Isolux Corsán e Construcap/Copasa foram os vencedores da licitação internacional para a construção do último trecho do anel viário. O Rodoanel norte é considerado a maior licitação de obra rodoviária em andamento no país.

O ministro dos Transportes, Paulo Passos, que participou da solenidade de assinatura dos contratos, afirmou que a obra tem importância estratégica, já que permite conexão com grandes eixos rodoviários que convergem para a cidade de São Paulo. "O governo federal apoia o projeto e desembolsará R$ 1,720 bilhão, dos quais R$ 960 milhões já foram colocados à disposição", afirmou.

Passos trocou ainda palavras de cortesia com o governador. "Reafirmo o compromisso do governo federal, o compromisso da presidente Dilma Rousseff, de estar ao lado do governo de São Paulo para tirar o projeto do papel", disse, em seu discurso.

Já Alckmin (PSDB) ressaltou que, além do montante que será liberado, haverá parceria para construção de casas para as famílias desapropriadas por meio do programa do governo federal "Minha Casa Minha Vida". "Peço que agradeça a presidente Dilma. O convênio inicial era de R$ 1,2 bilhão e passou para R$ 1,7 bilhão", disse, direcionando-se ao ministro.

Ao todo, 3,4 mil serão desapropriadas pela obra. O trecho corta transversalmente a Serra da Cantareira e terá sete quilômetros de túneis. Para reduzir o impacto da obra que foi alvo de questionamentos ambientais, a estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) deve plantar 1,6 milhão de árvores. Já o número de empregos gerados no projeto chega a 15 mil.

Com a conclusão do trecho norte, o rodoanel terá 178 quilômetros de extensão, interligando as 10 autoestradas que chegam a São Paulo. Os trechos sul e oeste já estão prontos, enquanto o leste está previsto para março de 2014. O presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, ressaltou que o trecho norte, assim como os demais, será concedido ao fim da construção. "O número de pedágios e o valor ainda não foram definidos", afirmou.


Imagem: Valor
Ferroanel

A execução do trecho norte do ferroanel de São Paulo juntamente com a construção do trecho norte do rodoanel ainda aguarda parceria entre os governos do Estado e federal. O governo federal vai conceder o contorno ferroviário da capital paulista para a iniciativa privada em julho, mas deve contratar o governo de São Paulo para adiantar os licenciamentos ambientais e desapropriações permitindo que a obra ande em paralelo com o rodoanel.

De acordo com o Ministro dos Trasportes, algumas etapas ainda precisam ser vencidas até que os contratos sejam assinados. Já a Dersa, espera a assinatura do contrato e a liberação da verba do governo federal para que possa fazer o licenciamento ambiental do trecho que abrigaria também o ferroanel. "Continuamos conversando com o Ministério dos Transportes e com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), mas isso depende mais deles do que da gente", afirmou Laurence Casagrande Lourenço.

O presidente da Dersa ressalta que o andamento conjunto das obras geraria economia de R$ 1,5 bilhão para a construção do ferroanel, já que haveria aproveitamento de licenças ambientais e menor necessidade de desapropriações.

Fonte: Valor, Por Guilherme Soares Dias