quinta-feira, 15 de junho de 2017

BR-153: moradores querem duplicação e mais segurança na estrada

14/06/2017 - TV Anhanguera

Comerciantes ganham a vida com o movimento da estrada, enquanto criminosos aproveitam a rodovia como rota de tráfico.

Segunda reportagem sobre a BR-153 mostra a ação de criminosos pela rodovia

A série de reportagens sobre a BR-153 que o Jornal Anhanguera 2ª Edição exibe durante esta semana chegou a região central do Tocantins. Nas cidades que ficam as margens da rodovia, além de mais segurança na estrada os moradores pedem também duplicação da pista, promessa antiga que ainda não saiu do papel. (Veja vídeo)

A viagem começa por Colinas do Tocantins, cidade que nasceu junto com a Belém-Brasília. O traçado inspirado na capital federal é sinal da época da construção da rodovia, início da década de 60, no governo JK. Um dos pioneiros de Colinas, Ronaldo Cardoso, lembra que veio ao Tocantins justamente por esta estrada. "Agora tá meio congestionado, né? Tá precisando de duplicação na BR", comenta ele.

Indo para o sul do estado é fácil observar que apenas alguns trechos urbanos receberam melhorias. A maior parte do caminho é de pista simples, um risco para os motoristas. Um dos caminhoneiros que conhece bem a região dribla os perigos da estrada há 40 anos. Para Cassimiro Carneiro a vida na rodovia significou não ver os filhos e netos crescerem.

"E agora eu tô sentindo falta é dos meus netinho, que eu tenho 5 netinho e lá vai do mesmo jeito. Porque não posso ficar com eles, tenho de ficar na estrada", conta emocionado.

Há também quem ganhe a vida na rodovia. Frutas como o marolo são vendidas na região e o abacaxi se tornou o grande negócio em Miranorte. "O nosso abacaxi no Tocantins é o único que dá com a casca verde, com a massa amarela", explica o vendedor. "A BR-153, ela é a mãe. Eu falo pra ela, ela é uma mãe, ela é uma mãe pra quem está aqui na Belém-Brasília sobrevivendo", diz a comerciante Cícera da Silva, que tem uma lanchonete na beira da estrada.

Na BR-153 passa também gente que escolheu ganhar a vida através de crimes. "De 2012 pra cá, o estado do Tocantins, ele se confirmou como rota de tráfico. Seja de entorpecente, contrabando, armas e até de explosivos", diz o policial rodoviário federal Antônio Versiani.

Outros perigos também se escondem no próprio traçado da rodovia. "A gente tem uma peculiaridade. A gente tem um trecho de aproximadamente 45 km de linha reta. É muito perigoso", explica o outro membro da PRF, Marco Gomes.

Mesmo com todos os problemas, quem participou da construção ainda lembra com orgulho do desenvolvimento e das transformações trazidas pela rodovia. "A gente contribuiu pra ver o desenvolvimento deste País, né?", diz a aposentada Maria da Luz Ribeiro, que trabalhava como cozinheira em um canteiro de obras em Pugmil.

A última reportagem da série vai ao ar nesta quinta-feira (15) e vai mostrar a situação da BR-153 no sul do Tocantins.