Santos-Guarujá: projeto de R$ 6 bi do primeiro túnel imerso da América Latina avança para análise do TCU


30/12/2024 - O Globo 

Por Filipe Vidon, Rio de Janeiro

O empreendimento prevê uma ciclovia, passagem para pedestres e três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável ao VLT; tempo de travessia entre as cidades deve diminuir 50 minutos


Com investimentos de R$ 6 Bi, projeto do Túnel de Santos é enviado para análise do Tribunal de Contas da União
Foto Divulgação


Esperado há pelo menos 100 anos, o projeto do túnel que vai ligar as cidades de Santos e Guarujá foi enviado para análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Com investimento de R$ 6 bilhões, o túnel deve beneficiar mais de 2 milhões de pessoas quando sair das pranchetas para virar realidade. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) divulgaram em fevereiro deste ano a parceria para a execução das obras do primeiro túnel imerso da América Latina.


Serão três faixas de rolamento por sentido, além de uma ciclovia e passagem para pedestres
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O projeto prevê a ligação seca entre Santos e Guarujá, com extensão total de 1,5 km, por meio de um túnel imerso de 870 metros, que passará por baixo do canal que abriga o porto mais movimentado do Brasil. Serão três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável para receber o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de uma ciclovia e passagem para pedestres.

Esse é o projeto de maior porte dentro da carteira do Novo PAC e a previsão do governo é de que tenha início ainda em 2025. Do total investido, 50% são do Governo Federal e 50% do governo do Estado de São Paulo.

A futura empresa contratada será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel, que permitirá o tráfego de veículos de passeio e de transporte público, além de caminhões, bicicletas (ciclovia) e pedestres. A solução promete não limitar o desenvolvimento e a expansão do porto de Santos.


Via para pedestres será compartilhada com a ciclovia
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O desafio para construir o túnel submerso é grande: serão seis módulos pré-moldados com concreto armado, a uma profundidade mínima de 21 metros. Eles serão construídos em uma doca seca e transportados por flutuação até o local onde o leito do canal será preparado. Assim, os módulos serão imersos, encaixados e fixados para concluir a estrutura, sem interromper o tráfego de navios no canal.

Segundo o Governo de São Paulo, o túnel vai reduzir o tempo de deslocamento entre as duas cidades em cerca de 50 minutos, desafogar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e liberar o canal do porto para uso prioritário de navios de carga e de passageiros. A travessia completa, de carro, deve durar um minuto e meio.

Entenda o processo de construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá






Obra está inserida no PAC e será realizada com recursos da União e do Governo de São Paulo, cada um arcará com 50% dos custos.

A estimativa é de redução de 70% da demanda da balsa da Ponta da Praia, e de redução de 53% na emissão veicular de dióxido de carbono.

A ideia é que o túnel tenha um pedágio que custe o mesmo valor da tarifa das balsas que fazem a ligação entre as duas cidades — R$ 12,30 para veículos de passeio em dias úteis —, mas sem cobrança para pedestres.

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