quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Paraná propõe novo sistema de pedágio


DER estuda 16 praças diferenciadas
Órgão espera arrecadar R$ 150 milhões por mês

Não bastasse o crescente número de rodovias pedagiadas no território nacional, o Estado do Paraná estuda a criação de 16 novas praças de pedágios nos próximos anos, sob a justificativa de acompanhar o desenvolvimento e crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) local. O novo modelo seria isento de lucros e administrado pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).


A proposta foi elaborada pelo próprio departamento que afirmou existir uma carência na infraestrutura de 1,4 mil quilômetros de rodovias do total de 10.174 quilômetros que o Estado possui. Parte desse trecho já é administrada por concessionárias, entretanto, existem lacunas pontuais, como as verificadas nas rodovias PR-277 (que liga Curitiba a Foz do Iguaçu) e PR-376 (que liga Curitiba ao Norte do Paraná) que necessitam de reformas.

De acordo com o órgão, o novo modelo teria valores mais acessíveis aos motoristas que os cobrados pelas concessionárias – R$ 2 aos veículos de passeio, R$ 1 para motos e R$ 2,50 por eixo de veículos comerciais. A arrecadação seria usada apenas para a manutenção de buracos e para a sinalização.

Desta forma, o montante a ser arrecadado com as novas praças seria de aproximadamente R$ 150 milhões por mês, deste montante R$ 50 milhões; seriam destinados para a operação e o restante na conservação das estradas.

O tema é polêmico mas, segundo o DER, surge com uma das alternativas para melhorar as condições das vias. No estado existem 27 praças de pedágios, com o preço de R$ 6 para veículos leves.

Para se ter uma ideia do valor pago atualmente, o usuário desembolsa a quantia de R$ 39,70 no trajeto de 387,10 quilômetros na PR-277, entre Guarapuava e Foz do Iguaçu, em percurso realizado de carro. Com os novos pedágios, o motorista pagaria R$ 12 a mais em trajeto semelhante.

Auxílio ao crescimento

“Uma vez aceito e consolidado pelo governo, o plano ajudará as regiões que acabam esquecidas e que enfrentam muitos problemas de falta de segurança e de infraestrutura. Além disso, possibilitará o crescimento socioeconômico do Paraná”, afirmou Octávio José da Rocha, presidente Associação dos Engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem.

Segundo o executivo, não haverá conflitos de interesses com as empresas que já atuam no sistema rodoviário, uma vez que a interferência seria apenas para sinalizar e conservar as rodovias, deixando as demais obras como duplicações para as empresas administradoras.

Para o DER não há perspectivas de mudança no modelo atual empregado pelas concessionárias. A criação dos novos pedágios, que integra o Prorodar (Programa Rodoviário de Ações para o Crescimento Econômico-Social do Paraná), chega para auxiliar as operações já realizadas nas estradas paranaenses.

“É um projeto consistente, que envolve diversas áreas, além da engenharia, como tecnologia, direito e economia. No entanto ele estará sempre sujeito a revisão”, conclui o presidente.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DNIT apresenta projeto final para duplicação da BR-280


23/9/2010
A Notícia (SC)
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) apresenta hoje o projeto final de duplicação da BR-280, trecho entre Jaraguá do Sul e São Francisco do Sul, a empresas de todo o País interessadas em executar as obras, que estão previstas para começar em fevereiro do ano que vem (veja quadro). O encontro será às 9 horas, no auditório do DNIT, em Florianópolis.

A apresentação faz parte do processo final antes do lançamento do edital de licitação das obras em 71,5 km desse trecho da rodovia, previsto para outubro.

O processo é nacional e, por isso, qualquer empresa brasileira pode se candidatar a fazer a duplicação. A licitação deve ficar aberta por um mês, mas a previsão é de que esse período dure 90 dias.

A empresa escolhida tem um prazo legal, que é de outros 30 dias, para fazer a contratação de mão de obra, corte da vegetação necessária, montar o canteiro de obras e fazer os procedimentos obrigatórios e fundamentais para iniciar a terraplenagem.

Como não há inscrições para participar da audiência de hoje, o DNIT não tem ideia de quantas empresas devem se interessar em concorrer no processo licitatório.

A duplicação desse trecho da BR-280 deve custar cerca de R$ 950 milhões. O canteiro central foi retirado do projeto inicial e a divisão das pistas será feita com as chamadas barreiras de cimento, como em outras rodovias de SC.

SAIBA MAIS
A obra deve ser concluída no período de três a cinco anos. Esta etapa contempla um túnel de um quilômetro em Jaraguá do Sul e não traz obras para a ponte do Linguado por causa das discussões a respeito da abertura do canal.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Região lidera ranking das rodovias



21/9/2010
Correio Popular (SP)

A região de Campinas conta com seis das melhores rodovias do Brasil conforme rankings divulgados pelo Guia Estradas 2011 da revista Quatro Rodas e pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).     O guia da Quatro Rodas enumera as dez melhores estradas brasileiras a partir da avaliação de uma equipe de 16 repórteres que viaja por rodovias em todo o País. Segundo o editor de estradas da publicação, Fernando Leite, são levados em conta vários critérios para estabelecer a ordem entre as melhores, como sinalização, pavimentação, realização de obras e atendimento ao usuário. "Consideramos também aspectos que são importantes para o viajante e que não necessariamente têm a ver com a administração da via, como a presença de bons postos de combustíveis e paradas de lazer", explicou.

A Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) ocupa a primeira posição como a melhor rodovia no Brasil, segundo o guia. No quinto posto está a Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340), seguido pela Anhanguera, em sexto. "É uma região muito bem servida pelas estradas. Tanto a Anhanguera como a Bandeirantes estão sempre presentes entre as melhores. Já a Adhemar de Barros apareceu no ano passado na lista e tem subido no ranking graças aos trechos que foram duplicados e às melhorias no asfalto", afirmou.
  
Acostumada a figurar no top 10 de estradas da publicação, a D. Pedro I ficou de fora neste ano, principalmente por causa da evolução de outras vias verificadas pelo levantamento, segundo a publicação.
  
A Pesquisa CNT de Rodovias 2010 enumera as dez melhores e as dez piores ligações rodoviárias, considerando 109 trechos regionais que interligam territórios de uma ou mais unidades da federação. A assessoria de comunicação da confederação explica que, para elaborar o ranking, são considerados a geometria, a sinalização e a pavimentação das vias. Além das estradas citadas pelo Guia Quatro Rodas, a lista também inclui trechos que envolvem a Engenheiro João Tosello (SP-147), entre Piracicaba e Mogi Mirim, além da Dom Pedro I (SP-065) e da Santos Dumont (SP-075).


Eixo rodoviário

Para o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Carlos Alberto Bandeira Guimarães, que leciona no Departamento de Transporte e Geotecnia, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Campinas é considerada um centro logístico importante desde a época em que a cultura cafeeira era a principal atividade econômica da região e que, por conta disso, se consolidou um eixo ferroviário. "Décadas depois, a importância das rodovias superou a das ferrovias, mas a cidade continuou como um polo logístico, que é fundamental para atrair empresas."
  
O discurso é endossado pelo colega do departamento Diógenes Costa. Para ele, Campinas se consolidou como o grande ponto de entroncamento das principais rodovias do Estado, o que favoreceu o desenvolvimento da cidade. Tanto é, que muitas vezes o crescimento urbano se deu ao longo das vias. "Hoje, o tráfego urbano é constatado em rodovias como a D. Pedro I, Santos Dumont e Anhanguera, onde até obras como as marginais estão sendo implantadas para distribuir melhor o trânsito. A complementação do anel viário que integra todas as vias também é uma obra importante para reduzir esse fluxo."
  
A constatação sobre a qualidade das vias, porém, não eliminam críticas da população, direcionadas ao alto preço dos pedágios. O professor da Unicamp Cássio Eduardo de Lima Paiva, especialista em infraestrutura viária, afirma que esta é uma consequência do modelo adotado. "É o preço que se paga para ter a qualidade atestada neste tipo de levantamento. Ao mesmo tempo em que as rodovias representam uma atratividade em termos logísticos para a região, elas também impõem um custo significativo para os usuários", afirma o especialista.


SAIBA MAIS
  
RANKING QUATRO RODAS
    
1. SP-348 (Bandeirantes): São Paulo - Cordeirópolis
2. SP-070 (Ayrton Senna/Carvalho Pinto): São Paulo - Taubaté
3. SP-160 (Imigrantes): São Paulo - São Vicente
4. SP-280 (Castello Branco): São Paulo - Espírito Santo do Turvo
5. SP-340 (Adhemar de Barros): Campinas - Mococa
6. SP-330 (Anhanguera): São Paulo - divisa SP/MG
7. SP-310 (Washington Luís): Limeira - São José do Rio Preto
8. SP-225 (Com. João R. de Barros/Eng. Paulo N. Romano): Bauru- Itirapina
9. BR-290 (Freeway): Osório (RS) - Porto Alegre (RS) - Eldorado do Sul (RS)
10. BR-040 (Washington Luís): Rio de Janeiro (RJ) - Juiz de Fora (MG)


RANKING CNT

1. SP-255, SP-280/BR-374: São Paulo - Itaí - Espírito Santo do Turvo
2. SP-310/BR-364, SP-348 (Bandeirantes): São Paulo - Limeira
3. SP-147 (Engenheiro João Tosello), SP-147/BR-373: Piracicaba - Mogi Mirim
4. SP-225/BR-369: Bauru - Itirapina
5. BR-050, SP-330 (Anhanguera)/BR-050: São Paulo - Uberaba (MG)
6. SP-127, SP-127/BR-373: Rio Claro - Itapetininga
7. SP-065 (Dom Pedro I), SP-340 (Governador Dr Adhemar Pereira de Barros): Campinas - Jacareí
8. SP-255, SP-310/BR-364, SP-318, SP-334, SP-345: Araraquara - São Carlos - Franca - Itirapuã
9. SP-322, SP-322/BR-265, SP-323, SP-330/BR-050, SP-351: Catanduva - Taquaritinga - Ribeirão Preto
10. SP-075 (Santos Dumont), SP-340 (Governador Dr Adhemar Pereira de Barros), SP-342, SP-344: Sorocaba - Cascata - Mococa

http://www.sistemacnt.org.br/portal/webCanalNoticiasCNT/noticia.aspx?id=70d5db4d-9ec9-4d5d-9cb4-cd21d8b8fb43

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dnit amplia controle de peso


Nova tecnologia possui um custo total inferior
Aferições poderão ser feitas na própria rodovia


Com o intuito de garantir a fluência do tráfego pedado nas rodovias federais, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) investe em instalação de balanças para evitar o excesso de peso transportado por caminhões e em equipamentos de controle de velocidade.

Atualmente, existem 78 balanças em funcionamento e mais 144 que serão instaladas com a conclusão do processo de licitação. “A novidade é que as aferições de peso poderão ser feitas na própria rodovia, por meio de sensores e, se for detectado problema, o veículo terá que parar na próxima praça”, relata Luiz Antonio Pagot, diretor geral do órgão.

O diretor aponta como outra vantagem do novo sistema o menor custo para implantação. A implantação do posto de pesagem custa em torno de R$ 3 milhões, mais a manutenção, enquanto o novo sistema fica em torno de R$ 250 mil e pode ser instalado em qualquer lugar, como uma ponte ou um viaduto.

Velocidade
Pagot afirmou também que até outubro deverá ser concluído o processo de licitação para a instalação dos equipamentos de controle de velocidade nas rodovias federais. “A licitação está em fase final; estamos eliminando as ações jurídicas para assinarmos os contratos e iniciarmos a instalação dos equipamentos pelas rodovias de maior fluxo”, informa.

Serão investidos R$ 804 milhões para implantação e operação dos equipamentos. Serão instalados 2.696 equipamentos que vão monitorar 5.392 faixas de trânsito pelo prazo de cinco anos, em todo o país. São 1.130 barreiras eletrônicas (lombadas eletrônicas), que fazem o controle ostensivo da velocidade e 1.100 radares fixos em áreas rurais, do tipo discreto.

http://www.webtranspo.com.br/rodoviario/19680-dnit-amplia-controle-de-peso-em-rodovias?utm_source=Zartana&utm_medium=emailmarketing&utm_campaign=News+n+683&utm_content=MARCELO+ALMIRANTE+row701%40yahoo.com.br&utm_term=19680

domingo, 19 de setembro de 2010

Concessionária testa asfalto de borracha na RSC-287



9/9/2010
Gazeta do Sul

Santa Cruz do Sul (RS) – Pneus velhos estão sendo usados na ampliação da capacidade de tráfego do trecho da RSC–287 entre Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. O asfalto, que até o fim do mês será aplicado na construção de cinco quilômetros de terceiras faixas nos dois sentidos entre os trevos de Linha Hansel e do Acesso Dona Leopoldina, leva pó de borracha na composição, tornando-se mais resistente e ecologicamente correto. Depois de pronta a obra servirá de teste e a Santa Cruz Rodovias poderá utilizar a mistura em outros pontos da área de concessão.

Embora o chamado asfalto de borracha já seja utilizado na região em rodovias como a BR–290 (Pantano Grande–Butiá) e a RSC–471 (Pantano Grande–Encruzilhada do Sul), esta é a primeira vez que a concessionária do polo rodoviário de Santa Cruz aposta no produto. Além da composição, a principal diferença em relação ao asfalto convencional está na resistência. “Por ter a borracha entre seus componentes o asfalto acaba se tornando mais flexível e durando mais”, resume o diretor da Santa Cruz Rodovias Luiz Eduardo Fonseca. 

O produto é comprado pela concessionária em Montenegro e a mistura vem pronta. Para cada tonelada do ligante utilizado na pavimentação são 150 quilos de pó de borracha, extraído de pneus velhos. Na obra que será realizada durante todo o mês no trecho Santa Cruz–Venâncio serão usados o equivalente a pouco mais de 400 pneus velhos de caminhão. “Cada carga do material que largamos na estrada é o equivalente a pelo menos cinco pneus de caminhão. Estamos melhorando as condições da rodovia e contribuindo com o meio ambiente”, diz Fonseca.
 

DUPLICAÇÃO

Com a construção de trechos intercalados de terceiras faixas em ambos os sentidos entre Linha Hansel e a entrada de Venâncio, a concessionária espera reduzir os pontos de lentidão que se formam nos horários de maior movimento. Trata-se de uma medida paliativa, já que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) deve contratar ainda este ano as empresas que, a um custo de mais de R$ 1 milhão, irão planejar a duplicação do trecho entre Venâncio e Candelária da 287. A realização da obra é uma das principais reivindicações da região na área de infra-estrutura.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Audiência para discutir duplicação da BR 262


16/9/2010
A Gazeta (ES)

A audiência pública para discutir com as comunidades dos municípios de Viana, Domingos Martins e Marechal Floriano o projeto de duplicação da BR 262 foi finalmente marcada para o dia 23 de setembro, às 19 horas, no Centro Agronegócio, em Marechal Floriano. A duplicação será feita entre os quilômetros 19,1, que começa em Viana, até 70,7 no distrito de Victor Hugo, em Marechal Floriano.

A audiência serve para que seja divulgado o projeto de duplicação junto às comunidades cortadas pela rodovia. A previsão é que seja realizada apenas uma reunião, mas outros encontros poderão acontecer, caso sejam solicitados pelos moradores dos três municípios.

O projeto de duplicação da BR 262, num trecho de 51,6 quilômetros, foi elaborado pela empresa Ecoplan Engenharia, de Porto Alegre. A estimativa é de que o custo chegue a R$ 280 milhões e que sejam criados 600 vagas de trabalho durante a obra.

Caso o licenciamento, que está sendo conduzido pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema), termine até o final do ano, a perspectiva é de que no início de 2011 o Dnit faça a licitação para a contratação da empresa responsável. O prazo previsto de duração da obra é de 24 meses, conforme informações que constam do EIA/Rima.

Está prevista a construção de duas pistas de sete metros de largura no trecho de 51 km. O restante da rodovia que corta o Estado até à divisa com Minas Gerais também passará por melhoramentos, mas o projeto ainda não foi elaborado. (Denise Zandonadi)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fernão Dias: começa hoje cobrança em novo pedágio


9/9/2010
O Estado de S.Paulo

Os motoristas que usam a Rodovia Fernão Dias vão pagar mais um pedágio a partir de hoje. A praça de cobrança na cidade de Mairiporã começa a funcionar a partir da zero hora desta quinta-feira, de acordo com a concessionária Autopista Fernão Dias. A cobrança será realizada no km 65,7 para quem segue no sentido de Belo Horizonte, e no km 66,6, para quem vai no sentido da cidade de São Paulo.
            
A tarifa para carros de passeio é de R$ 1,10, igual à cobrada nas outras praças na mesma estrada. Caminhões com quatro eixos pagam R$ 4,40 e motocicletas, R$ 0,55.
           
A tarifa é calculada de acordo com o contrato de concessão assinado com o governo federal em 14 de fevereiro de 2008. O valor oferecido no leilão foi corrigido pela variação do IPCA de junho de 2007 ao mês anterior do início da cobrança na rodovia.


Atraso. 

A cobrança deveria ter começado no dia 1.º de setembro, mas foi prorrogada porque há a necessidade jurídica de a liberação ser publicada no Diário Oficial da União, o que ocorreu somente na última sexta-feira. A autorização para o início de cobrança foi dada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Desde o dia 24 de agosto, a concessionária realizou operação assistida na praça de pedágio de Mairiporã. Todos os motoristas que passavam pelas cabines de pedágio tiveram de parar nas cancelas para que o sistema operacional fosse avaliado. Não havia pagamento de tarifa.


Interdição. 

A Fernão Dias continua com pista parcialmente interditada na altura do km 79 por causa de obras para sustentação de viaduto que teve pilastras deslocadas durante as fortes chuvas do início do ano.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Duplicação de BRs movimenta a economia


31/8/2010
Jornal da Paraiba (PB)

A duplicação de uma rodovia exige muito tempo e altos investimentos financeiros e é capaz de proporcionar mais conforto para quem trafega. No entanto, para economistas, obras de duplicação são capazes de ir mais além que o conforto e a melhoria do fluxo, podem ajudar a movimentar a economia de todo um Estado, aumentando a entrada de turistas e a circulação de veículos de carga.
  
A Paraíba é cortada por mais de 1.200 quilômetros de rodovias federais, dos quais cerca de 120 quilômetros estão duplicados na BR-230 e 129 quilômetros fazem parte das obras de duplicação da BR-101, que estão em andamento e deverão ser concluídas até dezembro deste ano, conforme previsão feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Nas obras de duplicação da BR-230, foram investidos R$ 67,6 milhões e na BR-101 estão sendo investidos aproximadamente R$ 600 milhões.

Para o economista Rafael Bernardino, a longo prazo, os investimentos realizados em obras de duplicação retornam através de mais desenvolvimento econômico para o Estado. "A duplicação de uma rodovia é de fato economicamente importante, além de melhorar o fluxo do trânsito, significa redução de custos para o viajante particular, porque o trânsito flui melhor e o viajante gasta menos combustível. Além disto, os veículos de carga chegam mais rapidamente ao seu destino e isto também é economicamente importante", comentou.
  
No caso das obras da BR-101, que estão em andamento, o economista destaca que com a conclusão da duplicação poderá haver um grande aumento no fluxo turístico, mas por outro lado, o comércio da capital poderá registrar perdas caso os lojistas não invistam em preços competitivos. "Há uma coisa especial em João Pessoa, porque a cidade está muito próxima do Recife (capital de Pernambuco). Com a duplicação, o tempo de viagem deverá ser reduzido e muitas pessoas que moram na Paraíba poderão preferir fazer compras em Pernambuco. Por outro lado, há um potencial de aumento de turismo e uma coisa pode compensar a outra. O ganho com o turismo pode ser até mais significativo, mas as perdas do comércio também vão depender muito da competência de nossos comerciantes, se eles oferecerem preços baixos, acredito que as pessoas não vão pensar em viajar para fazer compras", analisa.
O economista destaca ainda que durante as obras para a duplicação das rodovias, também há incentivo para o emprego local, apesar das empresas contratadas pelo serviço serem de outros Estados.
  
Para Bernardino, quem realmente sente as perdas com a melhor trafegabilidade são os comerciantes que se instalam às margens da BR. "Em restaurantes às margens da rodovia, o movimento tende a diminuir, porque com o trânsito mais rápido as pessoas tendem a fazer menos paradas", comentou.
  
E estas perdas já são sentidas por Rosenilda Cordeiro, que há cerca de dez anos trabalha com o marido vendendo frutas na margem da BR-101, próximo ao município de Alhandra. A duplicação do trecho onde fica a barraca de Rosenilda já foi concluída e liberada. "Quando era mão dupla, os carros que iam e vinham paravam. Agora que está duplicado só quem está no sentido onde a barraca está que compra alguma coisa", relatou acrescentando que antes ganhava de R$ 200 a R$ 300 por mês vendendo frutas e agora nem sabe mais precisar o quanto ganha, porque chega a passar dias sem vender nada.
  
De acordo com o superintendente regional do Dnit, Gustavo Adolfo Andrade de Sá, já estão previstas novas obras de duplicação para o Estado: está sendo elaborado o termo de referência para a duplicação de mais 58 quilômetros da BR-230, no trecho de Campina Grande a Soledade, e saem breve deverá ser assinado um convênio com o governo do Estado para a duplicação de 70 quilômetros da BR-104, de Campina Grande até a divisa com Pernambuco. "Para a duplicação da BR-104 será investido em torno de R$ 280 milhões. Com a duplicação será beneficiado todo o escoamento da produção da Paraíba para outros Estados do país e do resto do país para a Paraíba", comentou.
  
As novas obras foram ratificadas pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, em sua visita à Paraíba na semana passada para vistoriar as obras da BR-101. "São obras significativas para o Estado da Paraíba e o que nós desejamos é continuar neste ritmo de realização de investimentos que beneficiam o Estado, que estimulam o seu desenvolvimento econômico", destacou.