quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Amazonas

Viação Amazonas Ltda.

Histórico

Empresa de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual, fundada na década de 1980 em Cacoal, Rondônia. Posteriormente foi absorvida pela Eucatur.


Foto João Oliveira

Foto João Oliveira

Alto Madeira (RO), 10/05/1986



Motta

Galeria

Sr. Pedro Cassimiro da Motta, o Pedrão, ex-funcionário da Andorinha 
que fundou a Motta em 1967


Carro Diplomata Nielson






Amazonas

Viação Amazonas

Histórico

Empresa de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual, fundada em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Entre 1967 e 1968 explorava a linha interestadual Rio de Janeiro - Brasília.


Carro Nielson Diplomata sobre chassi Scania B76 ano 1965
Coleção Luiz Bareza / Museu Digital Nielson Diplomata


Quero Passagem inaugura Lounge VIP exclusivo no Terminal Rodoviário Tietê


27/12/2023 - Mercado e Consumo

O novo espaço da Quero Passagem já está em funcionamento no mezanino do TRT, na zona norte de SP




A Quero Passagem, marketplace de passagens de ônibus, acaba de inaugurar seu mais recente empreendimento, o Lounge VIP Quero Passagem no Terminal Rodoviário do Tietê (TRT), com investimento de R$ 2 milhões. A sala, exclusiva, tem como objetivo redefinir a experiência de viagem dos clientes Quero Passagem, oferecendo maior conforto, serviços e tranquilidade para quem chega, sai ou até faz conexão pelo maior terminal da América Latina.

Localizado no mezanino (piso principal do Terminal), o espaço foi projetado para oferecer um refúgio aos viajantes que buscam descanso durante suas viagens e servirá como um lounge premium onde os passageiros poderão trabalhar ou simplesmente relaxar em um ambiente confortável.

“Queremos mostrar que o TRT merece empreendimentos à altura de seu volume de viagens, que ofereçam bem-estar, privacidade e comodidade aos milhares de passageiros que viajam de ônibus para todo o Brasil, como os lounges vips que dominam os principais aeroportos, trazendo aos passageiros que buscam esta alternativa de viagem uma experiência única”, comenta Lukasz Gieranczyk, CEO da Quero Passagem.





Com esse novo empreendimento a marca projeta uma importante mudança em sua estratégia centrada no cliente. “Os lounges vips são serviços valorizados pelos passageiros frequentes nos aeroportos e sabemos que com a maior demanda e oferta de viagens de ônibus, os passageiros também querem serviços melhores e a cultura dos lounges vips pode trazer modernização e melhorias também para os terminais rodoviários. Nossa preocupação será mimar esse viajante ao longo do ano, com novas surpresas e serviços”, completa Gieranczyk.

Já em funcionamento, o espaço conta com 160 metros quadrados, acomoda até 50 pessoas e está equipado com poltronas, mesas bistrô, ar-condicionado, grab and go, acesso à internet de alta velocidade, sala para reuniões, tomadas para carregamento de equipamentos, fraldário e até uma exclusiva área kids com brinquedos e atividades interativas. A marca também pretende promover atividades culturais no espaço durante o ano de 2024, conectando os viajantes a produções culturais brasileiras.


quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Terminais Rodoviários

Açailândia, PA

Rodoviária de Açailândia em 1983



terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Boscatur

Expresso Boscatur

Socorro para carro avariado na recém inaugurada rodovia Régis Bittencourt em 1961
Foto Elisabeth Peters


segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Bahia

Emprêsa de Ônibus Santo Antônio de Jesus


Renascença, novembro 1961



quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Terminais Rodoviários

Rio Verde, GO

Terminal Rodoviário Epaminondas Portilho
Avenida Presidente Vargas
Foto IBGE


Empresas com linhas interestaduais em janeiro de 2024

Conceito Transportes e Turismo
Açailândia (MA) - Porto Velho
Goiânia - Cuiabá
Goiânia - Porto Velho

Consórcio Federal de Transportes
Rio Verde - Brasília
Rio Verde - Bom Jesus da Lapa (BA)
Rio Verde - Salvador

Consórcio Guanabara de Transportes
Cuiabá - Goiânia
Cuiabá - Rio de Janeiro
Rio Verde - Ribeirão Preto
Rio Verde - Rio de Janeiro

Empresa Gontijo de Transportes S.A.
Belo Horizonte - Cuiabá
Colatina (ES) - Porto Velho
Juiz de Fora - Cuiabá

Expresso Itamarati  S.A.
Barra do Garças (MT) - São Paulo
Primavera do Leste (MT) - Santa Fé do Sul (SP)
Primavera do Leste (MT) - São Paulo

Expresso São Luiz Ltda.
Alta Floresta (MT) - Recife
Brasília - Cuiabá
Brasília - Mineiros (GO)
Brasília - Rio Verde
Brasília - Sinop (MT)
Cuiabá - Recife
Goiânia - Cuiabá
Goiânia - Rondonópolis (MT)
Jataí (GO) - Brasília
Jataí (GO) - Osasco
Rio Verde - Cuiabá
Rondonópolis (MT) - Brasília
Sinop (MT) - Maceió
Sinop (MT) - Rio Verde

Expresso União Ltda.
Uberlândia - Jataí (GO)

Lopes e Oliveira Transportes e Turismo Ltda.
Querência (MT) - Carazinho (RS)
Querência (MT) - São Paulo
Várzea Grande (MT) - São Paulo

Matriz Transportes Ltda.
Goiânia - Alta Floresta (MT)
Goiânia - Várzea Grande (MT)

Nobre Transporte e Turismo Ltda.
Goiânia - Campo Grande

Real Expresso Ltda. (Guanabara)
Rio Verde - Uberaba

Rotas de Viação do Triângulo Ltda.
Brasília - Ponta Porã (MS)
Jataí (GO) - São Paulo

Solimões Transportes de Passageiros e Cargas Ltda.
Belo Horizonte - Cuiabá
Colatina (ES) - Porto Velho

Viação Estrela Ltda.
Brasília - Ponta Porã (MS)
Rio Verde - São Paulo

Viação Marlim Ltda.
Aparecida de Goiânia - Várzea Grande (MT)

VTR Transporte Rodoviário de Passageiros Ltda. (Total)
Brasília - Campo Grande


REFERÊNCIAS:

Quadro de Horários. ANTT. Acesso em 01 fevereiro 2024.

Terminais Rodoviários

Ceres, GO

Rodoviária de Ceres na década de 1950
Foto IBGE



terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Terminais Rodoviários

Ouro Preto do Oeste, RO

Alto Madeira, 26/08/1985

Alto Madeira, 11/03/1987


Empresas de ônibus com linhas interestaduais em janeiro de 2024

Amatur - Amazônia Turismo Ltda.
Ji-Paraná - Apuí (AM)

Conceito Transportes e Turismo Ltda.
Porto Velho - Açailândia (MA)
Porto Velho - Cuiabá
Porto Velho - Goiânia

Empresa de Transportes Andorinha S.A.
Porto Velho - Brasília

Empresa Gontijo de Transportes S.A.
Porto Velho - Colatina (ES)
Porto Velho - Mantena (MG)
Porto Velho - São Paulo
Porto Velho - Uberlândia

Eucatur - Empresa União Cascavel de Transportes e Turismo Ltda.
Aripuanã (MT) - Brasília
Aripuanã (MT) - Porto Velho
Aripuanã (MT) - São Paulo

Expresso Itamarati S.A.
Porto Velho - Cuiabá

Expresso São Luiz Ltda.
Porto Velho - Salvador

Matriz Transportes Ltda.
Rio Branco (AC) - Goiânia

Rotas de Viação do Triângulo Ltda.
Porto Velho - São Paulo

Solimões Transportes de Passageiros e Cargas Ltda.
Rio Branco - Cascavel
Rio Branco - Cuiabá
Porto Velho - Cascavel
Porto Velho - Colatina (ES)
Porto Velho - Criciúma
Porto Velho - Cuiabá
Porto Velho - Curitiba
Vilhena - Rio Branco

Transportes e Turismo Estrela de Rondônia
Ji-Paraná - Apuí (AM)

Transportes Coletivos Serra Azul Ltda.
Porto Velho - Cascavel

Verde Transportes Ltda.
Guajará Mirim - Cuiabá

Viação Marlim Ltda.
Porto Velho - Sinop

Viação Pretti Ltda.
Porto Velho - Colatina (ES)


REFERÊNCIAS:

Quadro de Horários. ANTT. Acesso em 02 fevereiro 2024.

Terminais Rodoviários

Ariquemes, RO

Alto Madeira, 11/04/1981

Rodoviária de Ariquemes antes de 2024


Empresas com linhas interestaduais em janeiro de 2024

Amatur - Amazônia Turismo Ltda.
Ji-Paraná - Apuí (AM)

Conceito Transportes e Turismo Ltda.
Porto Velho - Açailândia (MA)
Porto Velho - Cuiabá
Porto Velho - Goiânia

Empresa de Transportes Andorinha S.A.
Porto Velho - Brasília

Empresa Gontijo de Transportes S.A.
Porto Velho - Colatina (ES)
Porto Velho - Mantena (MG)
Porto Velho - São Paulo
Porto Velho - Uberlândia

Eucatur - Empresa União Cascavel de Transportes e Turismo Ltda.
Aripuanã (MT) - Brasília
Aripuanã (MT) - Porto Velho
Aripuanã (MT) - São Paulo

Expresso Itamarati S.A.
Porto Velho - Cuiabá

Expresso São Luiz Ltda.
Porto Velho - Salvador

Matriz Transportes Ltda.
Rio Branco (AC) - Goiânia

Rotas de Viação do Triângulo Ltda.
Porto Velho - São Paulo

Solimões Transportes de Passageiros e Cargas Ltda.
Rio Branco - Cascavel
Rio Branco - Cuiabá
Porto Velho - Cascavel
Porto Velho - Colatina (ES)
Porto Velho - Criciúma
Porto Velho - Cuiabá
Porto Velho - Curitiba
Vilhena - Rio Branco

Transportes Coletivos Serra Azul Ltda.
Porto Velho - Cascavel

Transportes e Turismo Estrela de Rondônia
Ji-Paraná - Apuí (AM)

Verde Transportes Ltda.
Guajará Mirim - Cuiabá

Viação Marlim Ltda.
Porto Velho - Sinop

Viação Pretti Ltda.
Porto Velho - Colatina (ES)


REFERÊNCIAS:

Quadro de Horários. ANTT. Acesso em 02 fevereiro 2024.


Terminais Rodoviários

Vilhena, RO



Alto Madeira, 11/12/1982

Rodoviária de Vilhena em junho de 1987

Rodoviária de Vilhena em dezembro de 2023


1 - Empresas de ônibus com linhas interestaduais em janeiro de 2024

Conceito Transportes e Turismo Ltda.
Porto Velho - Açailândia (MA)
Porto Velho - Cuiabá
Porto Velho - Goiânia

Empresa de Transportes Andorinha S.A.
Porto Velho - Brasília

Empresa Gontijo de Transportes S.A.
Porto Velho - Colatina (ES)
Porto Velho - Mantena (MG)
Porto Velho - São Paulo
Porto Velho - Uberlândia

Eucatur - Empresa União Cascavel de Transportes e Turismo Ltda.
Aripuanã (MT) - Brasília
Aripuanã (MT) - Porto Velho
Aripuanã (MT) - São Paulo

Expresso Itamarati S.A.
Porto Velho - Cuiabá

Expresso São Luiz Ltda.
Porto Velho - Salvador

Matriz Transportes Ltda.
Rio Branco (AC) - Goiânia

Rotas de Viação do Triângulo Ltda.
Porto Velho - São Paulo

Solimões Transportes de Passageiros e Cargas Ltda.
Rio Branco - Cascavel
Rio Branco - Cuiabá
Porto Velho - Cascavel
Porto Velho - Colatina (ES)
Porto Velho - Criciúma
Porto Velho - Cuiabá
Porto Velho - Curitiba
Vilhena - Rio Branco

Transportes Coletivos Serra Azul Ltda.
Porto Velho - Cascavel

Verde Transportes Ltda.
Guajará Mirim - Cuiabá

Viação Marlim Ltda.
Porto Velho - Sinop

Viação Pretti Ltda.
Porto Velho - Colatina (ES)

2 - Entroncamento rodoviário: BR-364 e BR-174


REFERÊNCIAS:

Quadro de Horários. ANTT. Acesso em 02 fevereiro 2024.

Abunã

Viação Abunã
1971 - 1973

Por Aldenir Courinos Lima

Empresa constituída pelos Senhores Sylvio Evangelista da Costa (Diretor Presidente), Júlio Mustafá (Diretor Administrativo) e José de Lima Verde (Diretor Executivo).

Adquiriram em São Paulo (SP), para integrar a sua frota um ônibus, Mercedes Bens, placa -São Paulo- SP 82-51-61, saindo da capital Paulista da Rua Gregório Serrão na Vila Mariana, ás 19:00 hrs dia 12 de janeiro de 1971, chegando Porto Velho as 18:00 hrs do dia 16 de janeiro de 1971, com quatro dias de viagem. Sendo integrantes seus passageiros especais convidados: Júlio Mustafá (in-memorium); sua esposa Yolanda e seus filhos Júlio Cesar e Cesar Júlio (in-memorium); Maria Izarina Nobre de Lima (hoje minha esposa); Dona Zair Valente; Dona Lindoia; Marina Bezerra; Neuraci. Aninha e dois irmãos gêmeos da família Hering.

Entrevista com o senhor Julio Mustafá

01/11/2010 - Gente de Opinião

Julio Mustafá. O filho de Presidente Marques

Há alguns anos “perseguimos” o seu Júlio Mustafá no sentido de conseguirmos entrevista-lo. Para nossa surpresa, domingo passado dia 24, quando fomos fazer as fotos que ilustraram a entrevista com a dona Nega do Yara Bar, encontramos Júlio Mustafá na rua Osório e durante um bate papo, cobramos a entrevista, então ele concordou em gravar. Ficamos de entrar em contato no decorrer da semana para marcar a gravação, acontece que durante a conversa preliminar seu Júlio começou a falar sobre as histórias passadas em Presidente Marques que para quem não sabe, era o nome oficial da Vila de Abunã local onde seu Julio nasceu e se criou. Como estava com o gravador pedi licença liguei o aparelho e enquanto o fotógrafo Juliano clicava sua câmera registrando os gestos do seu Júlio fomos explorando a história desse filho de árabe que perguntado se era rico respondeu: “Sou filho de árabe e todo árabe tem aquela impressão que pode ter muitas mulheres, então, gastei e gastei bem!”

Foi então que questionei se frequentava os bordéis que existiam a época a resposta foi diplomática: “Depois que vim pra cá fiquei um pouco devasso, gostava mesmo era da Taba do Cacique, o pessoal tinha um procedimento muito negativo sobre a Taba. A Taba do Cacique quando nasceu era um ambiente familiar. Uma mulher só ia à tua mesa, se tu permitisses. O Carmênio nos recebia muito bem assim como o garçom Carlito”

O interessante foi que assim que nos despedimos e já estávamos um pouco distante, ele gritou: “Preciso gravar outra entrevista para contar sobre a viagem de Guajará Mirim a Porto Velho”. Enquanto isso, vamos acompanhar o que temos.

E N T R E V I S T A

Zk – É verdade que o senhor nasceu na Vila de Abunã?

Júlio Mustafá – Quando nasci o nome ainda era Presidente Marques meu pai Said Mustafá era comerciante lá.

Zk – Vamos falar sobre o seu pai?

Júlio Mustafá – Meu pai nasceu em Jerusalém. É interessante a vinda do meu pai para esta região. Ele era palestino e saíram três irmãos porque o meu avô não queria que eles fossem para a guerra, então, saíram os três. Um ficou na França, outro foi para São Paulo e meu pai veio para Fortaleza do Abunã tutelado por Constantino Gorayeb. Até hoje não entendo porque o Constantino o tutelou até os 26 anos de idade.

Zk – Quer dizer que aos 26 anos de idade seu pai deu o grito de liberdade e foi viver por conta?

Júlio Mustafá – É mais ou menos por aí. Aos 26 anos ele veio para Abunã que a época era Presidente Marques. Em Presidente Marques ele conheceu minha mãe. O fato interessante desse encontro foi que ele não casou, se amigou porque ele já tinha filhos e sabe como é, naquela época existia muito discriminação. Fui o primeiro filho homem do casal.

Zk – Nasceu quando?

Júlio Mustafá – Nasci no dia 30 de abril de 1926 durante a noite. Quem fez o parto foi dona Santinha uma parteira muito hábil em Presidente Marques Distrito Judiciário do Município de Guajará Mirim 90 km menos da embocadura do Rio Beni.

Zk – Quer dizer que o senhor é matogrossense?

Júlio Mustafá – Sou matogrossense de coração. Presta atenção no poema “As Armas de Mato Grosso” – Brasão de minha terra/Tu que ostentas o ouro do pátrio solo abençoado/Verdor dessas matas opulentas desses campos onde vivem o gado/Tu cujo céu nos representa a expedição do Bandeirante ousado/Relembrando as emoções sanguinolentas dos heróis que nos bordam um passado ideal/No surto dessa fênix estupenda/Brasão de minha terra como és lindo e imorredouro/Verbo da tua fugida elegante/Confiamos na virtude e no ouro.

Zk – O senhor foi comerciante em Abunã. Esse comercio foi herança do seu pai?

Júlio Mustafá – Não, não herdei do meu pai. Meu pai morreu no dia 31 de dezembro de 1941 e no dia 1º de dezembro do mesmo ano me empreguei na Estrada de Ferro Madeira Mamoré onde fiquei trabalhando durante dez anos, ou seja, de 1941 a 1951.

Zk – Qual era o seu trabalho na EFMM?

Júlio Mustafá – Meu serviço era desobstrução de linha

Zk – E o que é isso?

Júlio Mustafá – É trabalhar o descarrilamento dos trens. Minha área de atuação ia de Jacy Paraná a Guajará Mirim. Eu tinha uma locomotiva sob minha responsabilidade que tinha tudo quanto era ferramenta para prestar ocorro num descarrilamento de um trem. Eu era o maquinista da máquina também. Minha missão era desobstruir a linha férrea, se dessa para encarrilhar eu encarrilhava e se via que não dava, jogava fora dos trilhos. O importante era manter o tráfego.

Zk – Depois de 1951 o senhor passou a trabalhar com que?

Júlio Mustafá – Aí fui comerciar por conta própria. Em 1958 vim para Porto Velho e 1963 fui pra São Paulo de onde voltei em 1969 com uma empresa de ônibus.

Zk – Por que o senhor fechou a empresa de ônibus a Viação Abunã?

Júlio Mustafá – O grande responsável pelo fechamento da nossa empresa de ônibus a Viação Abunã que fazia viagem entre Porto Velho, Guajará Mirim e Rio Branco no Acre, foi o fechamento do garimpo manual de cassiterita que a época proporcionava um movimento fabuloso. Imagine você que o que fechou o garimpo manual de cassiterita foi uma Portaria Ministerial não foi nenhum decreto e nem lei.

Zk – Quanto tempo a Viação Abunã ficou trafegando?

Júlio Mustafá – Foram quatro anos. Com o fechamento do garimpo tivemos que fechar porque não tinha fluxo de passageiros suficiente para manter as despesas e então liquidamos a empresa Viação Abunã Ltda. Éramos três sócios, Eu o Silvio e o José de Lima Verde.

Zk – Depois disso o senhor passou a trabalhar com o que?

Júlio Mustafá – Depois fui convidado pelo Tufy Matny e pelo Humberto Corrêa e montamos o primeiro supermercado de Porto Velho.

Zk – Esse supermercado foi instalado aonde?

Júlio Mustafá – Na realidade abrimos dois supermercados. Um na D. Pedro II com a Mal. Deodoro e o outro na Lauro Sodré com a Campos Sales no bairro da Olaria. Me desentendi com o Humberto Corrêa e então arrendei a Padaria do Raposo.

Zk – O senhor lembra quando a padaria do Raposo pegou fogo. Foi antes do incêndio do Mercado Municipal?

Júlio Mustafá – Na realidade quando o fogo destruiu a Padaria do Raposo e o Mercado Municipal eu não estava aqui, estava m orando em São Paulo.

Zk – O senhor veio de São Paulo para fazer o que em Porto Velho?

Júlio Mustafá – Vim ser gerente do Expresso Araçatuba, depois gerenciei a empresa Transporte Cocal S/A. A Cocal tinha uma frota muito grande aqui, eles compravam os veículos através da Zona Franca de Manaus e eu os desembaraçava aqui e mandava os documentos para Criciúma onde era a sede da empresa. Eles eram do Grupo Eliane muito forte, os Kaisinski eles me tinham uma estima muito grande, tanto que quando encerram as atividades aqui, queriam me levar. Não fui com medo de não me aclimatar novamente.

Zk – Vamos voltar a Abunã. O senhor ainda pegou o tempo dos grandes seringalistas?

Júlio Mustafá – Peguei sim! Os bonzões eram o velho Otávio dos Reis, Geraldo Perez, Vitor Sadeck e Antônio Augusto da Rocha, esses eram os mais importantes, eles me dispensavam consideração muito grande, porque praticamente lá em Abunã quem mexia com a Madeira Mamoré era eu, eles precisavam de vagões para transportar a borracha, 500/600 toneladas e por isso me procuravam. O velho Geraldo Perez tinha grande consideração por mim.

Zk – O senhor trabalhou como embarcadiço nos batelões que trafegavam no rio Abunã?

Júlio Mustafá – Essa minha façanha foi o seguinte: Eu era praticante de telegrafia e teve uma concorrência e quem venceu foi o Joaquim Pereira que já conhecia meu trabalho como praticante de telegrafista. Na primeira viagem ele foi sozinho mas, na segunda ele me conquistou e eu subi com ele.

Zk – Como lhe conquistou?

Júlio Mustafá – Porque ele me fez um salário de 150 Contos de Réis. Naquele tempo eu ganhava 30 Contos de Réis trabalhando nos Correios, aí ninguém me segurou fui embora. Fui com ele de Abunã a Plácido de Castro por água, isso em 1939. Nós estávamos no porto de Extrema quando estourou a 2º Guerra Mundial.

Zk – O que Joaquim Pereira transportava?

Júlio Mustafá – Ele fazia o serviço de Regatão. Ele tinha uma Galeota que transportava borracha, couro e pele de animais silvestres, castanha ele não trazia porque era muito volumoso. Fiquei na viagem com ele seis meses. Quando voltei para Abunã foi como capitalista, pois, trouxe 900 Contos de Réis de saldo. Desci e subi a cachoeira de Fortaleza do Abunã, eu o Severino e o motorista Chico Lambança.

N.R - Conto de réis é uma expressão adotada no Brasil e em Portugal para indicar um milhão de réis.. Sendo um conto de réis correspondia a mil vezes a importância de um mil-réis que era a divisionária, grafando-se o conto por Rs. 1:000$000 ou R$ 1,000000 (sendo o real 1/1.000.000 de um conto-de-réis em representação matemática decimal atual), pois o réis tinha sua representação real-imperial em "milésimos-de-mil" contos-de-réis), sendo uma moeda de grande-valor intrínseco e imperial, com representatividade em aproximadamente oito gramas de ouro. No Brasil, esta moeda foi substituída pelo cruzeiro em 1942, na razão de 1 cruzeiro por mil-réis então circulantes (fonte Wilkipédia).

Zk – Voltando ao funcionário da estrada de ferro. Por que o senhor saiu da Madeira Mamoré?

Júlio Mustafá – Saí porque me desentendi com o Jorge Caldeira Abrante que era o engenheiro residente em Presidente Marque – Abunã. Para você entender, criei uma amizade muito grande com o Dr. Brante. Só fiz aquilo com ele por que fui praticamente forçado.

Zk – Fez o que com ele?

Júlio Mustafá – Dei um tapa nele. Acontece que ele veio me repreender diante de muita bgente e eu não aguentei tamanha humilhação e mandei a mão na cara dele. Aí o Dr. Hidelgard me chamou ao telefone dizendo que eu estava suspenso e seria transferido. Então falei pra ele, nem suspenso e nem transferido, porque não tenho nada que depender de vocês, a partir de hoje não trabalho mais na Estrada de Ferro Madeira Mamoré.

Zk – E foi criar trataruga?

Júlio Mustafá – Não! Montei um bar. Comprei uma sinuca do Euro Tourinho um Bilhar e fui trabalhar por conta própria.

Zk – E aqui, antes de ir para São Paulo?

Júlio Mustafá – Antes fui comerciante de estivas aqui em Porto Velho em frente ao palácio do governo onde está o Zizi hoje no Mercado Municipal.

Zk – Quem tinha comércio no seu tempo no Mercado Municipal que hoje é o Mercado Cultural?

Júlio Mustafá – Na esquina da José de Alencar tinha o Bar Capixaba, depois o Clodomildo Gomes Bezerra (Bazxar Bezerra), depois teve o avô dessa menina senadora da República a Fátima Cleide. Era assim; Pegado a mim o Joaqui Carvalho e na esquina pela Presidente Dutra o Mário Alves com seu bar.

Zk – O senhor se considerava rico, capitalista?

Júlio Mustafá – Olha, quem tinha dinheiro em Porto Velho. Tô falando em dinheiro, e eu provo com dedclaração de renda não converso fiado. Era o Tufy Matny, João Elias, Teodorino Torquato Dias e Júlio Mustafá.

Zk – Quer dizer que o senhor era milionário?

Júlio Mustafá – O Manuel Português dono da sapataria Moderna cansou de amanhecer o dia na minha porta pedindo dinheiro emprestado. Era Cinco Mil Cruzeiros e muito mais. Naquele tempo a gente vivia traquilo, não tinha a violencia de hoje. Guardavamos dinheiro em casa como no banco. O pior de tudo é que a corsa ficava junta. O Tufy gostava de mim como o diabo, João Elias Araf virou meu compadre. Quando cheguei aqui morei num apartamento que ficava em cima de um salão de cabeleireiro que ficava em frente a casa do João Elias.

Zk – O que tinha de interessante na casa do João Elias?

Júlio Mustafá – Era que toda madrugada o pessoal, os chamado “Catega” e os comerciantes ricos chegavam para tomar café na casa dele. Coronel Enio dos Santos Pinheiro, Humberto Corrêa e muitos outros.

Zk – O senhor falou o nome de uma pessoa que era admirada pelo guaporeenses e rondonienses Coronel Enio Pinheiro. Ele teve alguma coisa a ver com o desaparecimento do Tenente Fernando?

Júlio Mustafá – Me dava muito com o Coronel Aluizio Ferreira. O caso do Tenente Fernando foi muita exploração política, todas as vezes que tinham eleições puxavam o caso do Tenente Fernando.

Zk – O senhor sabe o que provocou o desaparecimento do Tenente Fernando?

Júlio Mustafá – Acontece que quando ele desapareu disseram que o Enio dos Santos Pinheiro juntamente com o Aluizio Ferreira mandaram matar o tenente Fernando. Não foi! O Enio Pinheiro era uma pessoa de boa índole, o conheci quando ele chegou aqui como Capitão e ficou hospedado no Porto Velho Hotel (hoje é a UNIR Centro) o Aluizio Ferreira também não seria capaz de fazer ou ordenar uma coisa dessas.

Zk – O senhor é casado?

Júlio Mustafá – Sou casado desde julho de 1953, com a dona Yolanda Torres Mustafá que mora em Brasília com a minha filha Nurgian que é aposentada e com meu filho Júlio Sérgio Mustafá que administra parte de uma faculdade de propriedade da sogra dele, tem o Cezar Júlio Torres Mustafá mais conhecido que escama de peixe em Porto Velho como Cezinha e em São Paulo mora minha filha Izabel Nair Torres Mustafá.

Zk – Para encerrar. Seu Júlio Mustafá hoje vive de aplicação?

Júlio Mustafá – Vive de algumas açõeszinhas. Aplicação não porque fui muito gastador, não nego, sou filho de arabe e todo arabe tem aquela impressão que pode ter muitas mulheres, então gastei e gastei bem! Sou aposentado pelo INSS e depois do incidente com o Aderbal me indicaram para administrar os imóveis dele e ele me contratou, ele morreu e os meninos me mantiveram aqui nesse prédio da General Osório que agora já tem novos donos e esses donos me mantiveram na administração. Porém, por recomendações médicas até dezembro devo ir embora daqui.

Zk – Por que?

Júlio Mustafá – Tive um AVC e o Dr. Jacob foi me visitar e recomendou: Vou falar pra você como irmão, como médico e como amigo: “Noventa e cinco por cento da tua reabilitação está fora daqui de Rondônia”. Acontece que só quero ir quando puder andar mais um pouco.

Histórico

A empresa encerrou suas operações por volta de 1973 ao ser incorporada pela Viação Motta.




REFERÊNCIAS:

FELTRIN, Ariverson; SILVA, Marcos R. Viação Motta passo acelerado na rota no futuro. Techni Bus. março/abril 1997. p.14.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Reunidas

Galeria





Coleção Marcos Roberto Borssali Miorali




sábado, 25 de novembro de 2023

Terminais Rodoviários

Mandaguari, PR

Rodoviária na década de 1970


sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Terminais Rodoviários

Medianeira, PR

Rodoviária de Medianeira na década de 1970



domingo, 19 de novembro de 2023

Terminais Rodoviários

Maranhão


Terminais Rodoviários

Imperatriz, MA

Rodoviária de Imperatriz em 1973

Terminal Rodoviário Jackson Kepler Lago em setembro de 2019
Foto Google Street View
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Terminal Rodoviário Jackson Kepler Lago em setembro de 2019
Foto Google Street View
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Terminal Rodoviário Jackson Kepler Lago em setembro de 2019
Foto Google Street View
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Terminal Rodoviário Jackson Kepler Lago em janeiro de 2024
Foto Francisco Álesse
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1 - Empresas de ônibus com linhas interestaduais em março de 2024

Auto Viação Porto Rico
Imperatriz - Altamira
Teresina - Goiânia

Cidão Transporte e Turismo Ltda.
Goiânia - Esperantina (TO)

Conceito Transportes e Turismo
Açailândia (MA) - Goiânia
Açailândia (MA) - Porto Velho

Cruzeiro do Norte Transportes Ltda.
Altamira - Goiânia
Canaã dos Carajás (PA) - Campo Maior (PI)
Canaã dos Carajás (PA) - João Pessoa
Goiânia - Miguel Alves (PI)
Tutóia (MA) - Caldas Novas (GO)

Expresso Guanabara Ltda.
Marabá - Fortaleza
Marabá - João Pessoa
Marabá - Recife
Marabá - Teresina

Expresso Maia Ltda.
São Luís do Curu (CE) - Guaraí (TO)
Tianguá (CE) - Paraíso do Tocantins (TO)

Expresso Satélite Norte
Imperatriz - Belém
Imperatriz - Peixoto de Azevedo (MT)
Imperatriz - Teresina
Fortaleza - Sinop
Goiânia - Fortaleza
Goiânia - Belém
Goiânia - Imperatriz
Goiânia - São Luís
Goiânia - Teresina

Jamjoy Viação Ltda.
Imperatriz - Belém
Canaã dos Carajás (PA) - Imperatriz
Canaã dos Carajás (PA) - Palmas (TO)
Palmas (TO) - João Lisboa (MA)
São Luís (MA) - Araguatins (TO)
Teresina - Parauapebas (PA)

Matriz Transportes Ltda.
Goiânia - Parnaíba (PI)

Polentur Viagens e Turismo Ltda.
Imperatriz - São Félix do Araguaia

Real Expresso Ltda.(Guanabara)
Goiânia - Belém
Goiânia - Pinheiro (MA)

Real Maia Transportes Terrestres Ltda.
Altamira - Brasília
Altamira - Teresina
Palmas - Belém
Palmas - Teresina
Parauapebas - Teresina
São Félix do Xingu - Teresina

Rota do Mar Viagens Ltda.
Imperatriz - Trindade (GO)

Rotas de Viação do Triângulo Ltda.
Rio de Janeiro - Belém
São Paulo - Belém

Tocantins Transporte e Turismo Ltda.
Goiânia - São Miguel do Tocantins (TO)
Imperatriz - Araguaína (TO)

Transbrasiliana - Transporte e Turismo Ltda.
Imperatriz - Araguaína (TO)
Imperatriz - Goiânia
Brasília - Belém

Viação Novo Horizonte Ltda.
Imperatriz - Couto de Magalhães (TO)

Viação Ouro e Prata S.A.
Santarém - São Luís

Viação Rio Oeste Ltda.
Goiânia - Belém 

Viação Xavante Ltda.
Imperatriz - Guarantã do Norte (MT)

2 - Empresas de ônibus com linhas intermunicipais em março de 2024

Dados não disponíveis

3 - Entroncamento rodoviário: BR-010, MA-122 e TO-126.


REFERÊNCIAS:

Quadro de Horários. ANTT. Acesso em 16 março 2024.