domingo, 28 de novembro de 2021

Marco Regulatório

Chefe da ANTT é acusado de apoiar ‘barões do ônibus’

Servidores da agência acusaram o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, de apoiar empresas de ônibus interessadas em afastar a competição

27/11/2021 - Jornal de Brasília

A crise interna na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ganhou mais um capítulo nesta semana, após o racha no órgão ser exposto com a votação envolvendo as novas regras para o transporte rodoviário de passageiros. Servidores da agência acusaram o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, de apoiar empresas de ônibus interessadas em afastar a competição do setor. Conforme esses servidores, Vitale atuaria para barrar um novo marco regulatório do transporte rodoviário de passageiros.

A briga se intensificou no último dia 18, quando Vitale votou para que o processo com as novas regras fosse remetido a mais uma análise técnica da ANTT, após o diretor Davi Barreto, relator do caso, apresentar a proposta do novo marco em voto de quase 500 páginas. A votação ficou empatada, já que a diretoria está incompleta, o que deu a Vitale o voto de minerva na deliberação e fez o assunto “voltar uma casa” na agência.

Criticado por empresas contrárias à abertura do mercado, o novo marco regulatório do transporte rodoviário de passageiros é objeto de estudos há mais de três anos e tem como uma das promessas a geração de maior concorrência no setor.

As declarações de Vitale para justificar uma reanálise do processo enfureceram funcionários da ANTT. Entre uma série de reclamações, o diretor-geral classificou como “altamente indesejável” a participação de servidores da agência na audiência pública sobre o novo marco.

“De acordo com o apontado pelo setor, diversas contribuições de servidores foram feitas durante o processo de audiência pública, alterando substancialmente o texto original da proposta de resolução, e que, portanto, não foi objeto de avaliação por parte da sociedade”, disse Vitale, que reconheceu não haver vedação para essa participação, sugerindo uma revisão.

A Associação dos Servidores da ANTT (ASEANTT) protestou. Em nota, afirmou que “forças políticas e econômicas reagiram ao senso de dever público” dos servidores da agência. “Os ventos mudaram de direção.” Agora, disse a entidade, o órgão “vive seu pior momento de captura” e estaria “de mãos dadas com os ‘barões dos ônibus'”, referindo-se às empresas consolidadas no setor e críticas à abertura de mercado como defende a área técnica da agência.

Outro lado

Já o diretor-geral disse refutar veementemente as afirmações da ASEANTT. Em resposta ao Estadão/Broadcast, a agência afirmou que a decisão de Vitale foi tomada visando, “única e exclusivamente”, o interesse público, com ampla transparência e lisura. “Buscando modernizar e aprimorar a nova proposta de regulamentação da prestação do serviço regular de transporte rodoviário coletivo interestadual de passageiros sob o regime de autorização”, afirmou.

“Importante lembrar que a proposta apresentada sofreu críticas e questionamentos tanto do Tribunal de Contas da União, como de entidades do setor e da sociedade”, disse. O diretor afirmou ainda que a participação na nova análise do marco regulatório será franqueada a qualquer interessado, “incluindo todos os servidores públicos, não apenas da ANTT, mas de todas as esferas administrativas”.

Estadão Conteúdo





sábado, 27 de novembro de 2021

Pernambuco

Companhia de Transportes Goyana
1901

Histórico

28/03/1946 - Vamos Lêr ! 

Por Aurélio Domingues, Ipsis litteris

No ano de 1901, fundou-se a Companhia de Transportes de Goiana na cidade dêsse nome. Foram seus fundadores e incorporadores o advogado Manuel Antônio Pereira Borba, mais tarde (1915) governador de Pernambuco, o engenheiro Edward Johnson, inglês, mas conhecedor das necessidades e dos costumes da região, e o mecânico Henrique Bernardes, homem hábil em vários ofícios e particularmente dotado de uma força física excepcional.

O objetivo da Companhia era, a princípio, o transporte de passageiros e de correspondência postal: o transporte de cargas viria em consequência. Os veículos seriam carros automóveis. Influíra para o nascimento da idéia o uso, já bem espalhado, de bicicletas, na capital do Estado e em localidades no interior, servidos de estradas, como era Goiana.

Era uma iniciativa particular, cheia de esperanças.

As viagens de Goiana ao Recife eram feitas em diligências, veículos no gênero de mala-posta, que, na Europa, em vários países, procedeu os comboios de estrada de ferro. A configuração da caixa da diligência era a de um paralelogramo. Dispunha de dois assentos internos e do assento da boléia. Em cada qual deles viajava, ordinariamente, três pessoas. Se eram indivíduos gordos, tinham de viajar “apertados”. A diligência era puxada por três cavalos: dois atrelados à lança e um atrelado a um balancim. Partia de Goiana às quintas-feiras, entre duas e três horas da tarde. Pernoitava, para dar descanso aos animais, em meio do caminho, numa estalagem, e chegava, no dia seguinte, às sete ou oito horas da manhã, em Olinda, ponto terminal da viagem de onde os passageiros em meia hora, se transportavam para o Recife, num trem urbano. Era cerca de vinte horas de viagem, ora no povoado do Pasmado, ora no lugarejo Tabatinga, ora na vila de Igaraçú. De volta, a diligência partia de Olinda, no sábado imediato; pelas quatro horas da tarde, fazia o mesmo trajeto e, observado o mesmo repouso a meio caminho, chegava em Goiana no domingo, pela manhã.

Essas viagens ofereciam sempre coloridos pitorescos, que lhes aumentavam os incidentes ou a monotonia. A alusão aqui a esses coloridos far-me-ia afastar do objeto deste artigo.

Os incorporadores da Companhia de Transportes de Goiana fizeram, no mesmo ano de 1901, aquisição de um carro auto-ônibus, mandado vir da França, dos fabricantes “Panhard et Levasseur”.

As referidas viagens poderiam ser agora feitas diretamente e num tempo mínimo de quatro horas. Era uma grande vantagem ganha sobre as diligências, era um grande avanço no tempo. Poder-se-ia “tomar café em Goiana e ir almoçar no Recife”.

Sessenta quilômetros! Em 1901! No Nordeste do Brasil !

As experiências feitas com o carro, ao ser recebido, armado e posto em movimento por Edward Johnson e Henrique Bernardes, foram satisfatórias.

Mas o veículo era pesado, era dos primeiros construídos – e para as estradas da França. Suas rodas eram revestidas de borracha massiça. A estrada de Goiana oferecia rampas muito fortes, tais a de Aratáca e a de Cagafogo. E, como seu traçado cortava uma região próxima do litoral, havia, aqui e ali, trechos de areia frouxa, onde as rodas do carro se enterravam e somente à custa de grandes esforços e perda de tempo, podiam ser libertadas.

Depois de algumas viagens, levadas a cabo graças à força de vontade dos incorporadores da empresa, em particular de Henrique Bernardes, motorista do carro começaram as grandes dificuldades da Companhia, que não dispunha de capitais bastantes. Os poderes públicos, municipais e estaduais, mostraram-se indiferentes à sorte da empresa. Desgraçadamente – como ainda hoje sucede em casos tais – meteu-se no meio a política. À parte o inglês, os incorporadores e subscritores da Companhia eram “gente da oposição”. As dificuldades foram aumentando, inclusive as resultantes do gasto do veículo. Para encurtar razões, a empresa faliu de inanição. Tive diante dos olhos e li-a –e tenho pena de não havê-la copiado – a ata de sua liquidação, na qual ficou lavrado o protesto dos presentes à última reunião da assembleia de acionistas, contra o descaso, ou má vontade oficial, que os fazia fracassar, quando – gente mais sentimental que oposicionista – nutriam esperanças de realizar um progresso para o país.

Somente Mr. Edward Johnson, não compreendendo bem o sentido do procedimento dos nossos dirigentes da coisa pública – ria-se...

Tive a oportunidade de viajar no carro auto-ônibus da efêmera Companhia de Transportes de Goiana. Sou ainda uma testemunha viva de tudo – depois de quarenta e cinco anos! Mortos são os que incorporaram a malfadada empresa e, suponho, todos os seus subscritores de capital.

Guardei até agora uma fotografia daquele carro: deu-ma Henrique Bernardes, falecido já há quase dez anos. Foi dessa fotografia que se obteve a ilustração inserida neste artigo. Não foi fácil sua obtenção para se conseguir a gravura necessária. Havia sido tirada por amador, ao ar livre, sem o concurso decerto, da técnica de hoje, e a ação do tempo amarelecera-a tanto que não era mais possível reconhecer as pessoas fotografadas.

Foi o fotógrafo Carlos, no sétimo andar do edifício “Rex”, que fêz com vantagem, a devida reprodução, graças ao emprego da chapa “Process”.

O que o leitor vê na ilustração é uma aspecto do pequeno povoado de Pasmado, situado à margem da velha estrada, entre Goiana e Iguaraçú, e ao qual já aludimos, linhas atrás, de passagem e ligeiramente. Vale recordar aqui que Pasmado foi notável outrora pelos hábeis ferreiros, fabricantes de excelentes foices e também de famosas facas de ponta ...

“Ah, uma faca de Pasmado !” – proclamavam, entre si, os facínoras pernambucanos, não menos famosos.

À esquerda, na ilustração, vê-se o carro auto-ônibus, à cuja roda dianteira está encostado Henrique Bernardes, bem reconhecido de mim, agora, depois da reprodução da fotografia. As demais figuras, três delas também por mim reconhecidas, são de comerciantes e talvez alguns proprietários rurais.

Enfim, quando, em 1901, aquêle auto-ônibus teve de ser despachado na alfândega de Pernambuco. Alí, não souberam como taxar a mercadoria: não estava classificada nas tarifas aduaneiras. A inspetoria da alfândega dirigiu consultas às inspetorias das alfândegas do Rio de Janeiro e Santos. De uma e  de outra foi respondido que ali ainda não havia sido despachado artigo similar...

Pelo que, podemos afirmar, aquêle foi o primeiro carro automóvel que chegou ao Brasil e aqui trafegou.

E Henrique Bernardes, que o dirigia, foi o primeiro motorista brasileiro.

Panhard et Levasseur. Primeiro auto-ônibus do Brasil. Linha Goiana-Recife (1901). Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem em Pasmado, município de Itapissuma, hoje localizada às margens da rodovia BR-101, no entroncamento com a rodovia PE-041

Panhard et Levasseur


REFERÊNCIAS:

DOMINGUES, Aurélio. Vamos Lêr ! Rio de Janeiro. 28 março 1946. p.30.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Pedro Sanchez


A Jardineira de Pedro Sanchez. em 1928, com o menino cobrador Ninico Sanchez. Arquivo Sergio Godinho / Colaboração de José Carlos Ignez.


Linha Nipolandia (atual Bilac) - Bell Vista ( atual Piacatu) - Rinópolis - Juliana - (atual Iacri) - Rancharia (SP), com cerca de 130 Km de extensão.


REFERÊNCIA

História de Birigui. Comunidade Facebook. Acesso em 26 de novembro de 2021.




quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Anuário 1975



REFERÊNCIA:

Anuário Estatístico 75. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Transporte Coletivo Interestadual e Internacional de Passageiros. Ministério dos Transportes. Rio de Janeiro. 1976.

Terminais Rodoviários

Artur Nogueira (SP)


Volta



segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Goiás

Empreza Tito Livio Teixeira


Auto-Propulsão, Rio de Janeiro, 01/02/1920








domingo, 14 de novembro de 2021

Goiás

Companhia Viação Corumbahybense

Auto-Propulsão. Rio de Janeiro. 15/05/1919. p.13


REFERÊNCIAS:

Linha de Automóveis em Goyaz. Auto-Propulsão. Rio de Janeiro. 15 maio 1919. p.13.






sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Empresas de Ônibus

Histórico

Em 12 de novembro de 2021, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), através da Resolução nº 5.955/2021, libera o transporte rodoviário internacional de passageiros, suspenso desde 2020,  em função da pandemia do novo coronavírus.


REFERÊNCIAS:

ANTT normaliza transporte rodoviário internacional de passageiros. Agência Nacional de Transportes Terrestres. 12 novembro 2021.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

BR-424

Extensão: 246 Km
Trecho: Maceió (AL) - Arcoverde (PE)

Histórico

Em setembro de 1916, é inaugurada a estrada de rodagem Garanhuns - Bom Concelho, com 48 Km de extensão.

Em janeiro de 1918, é inaugurada uma linha de automóvel de passageiros entre as cidades de Pedra, Garanhuns e Bom Conselho, com 125 Km de extensão.


REFERÊNCIAS:

Os grandes emprehendimentos as estradas de rodagem e seu desenvolvimento.  Auto-Propulsão. Rio de Janeiro. 01 outubro 1916. p.10.

Automobilismo. Auto-Propulsão. Rio de Janeiro. 01 fevereiro 1918. p.24.

Minas Gerais


Empresa Auto-Viação Centro de Minas


Auto-Propulsão, Rio de Janeiro, 01/03/1916


REFERÊNCIAS:

Automobilismo. Auto-Propulsão. Rio de Janeiro. 01 março 1916. p.6.






terça-feira, 2 de novembro de 2021

Minas Gerais


Empreza Quirino Marques

Em novembro de 1915, explorava um linha de automóvel entre Uberaba e Barretos. 


REFERÊNCIAS:

Automobilismo. Auto-Propulsão. Rio de Janeiro. 01 novembro 1915. p.34.




Minas Gerais


Companhia Mineira Auto Viação Intermunicipal


Auto-Propulsão, Rio de Janeiro, 01/08/1915, p.11.

Auto-Propulsão, Rio de Janeiro, 01/08/1915, p.12.

Auto-Propulsão, Rio de Janeiro, 01/07/1916, p.6.








segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Minas Gerais

Companhia Auto Viação Sul Mineira


O Malho, Rio de Janeiro, 11/03/1916