sábado, 8 de dezembro de 2012

Construtoras aguardam para disputar trechos de obras

07/12/2012 - Valor Econômico

O cumprimento do calendário de trabalho do grande volume de projetos de infraestrutura programados depende da ação dos órgãos de controle, para que sejam evitadas paralisações de obras e desgastes decorrentes desse processo. A opinião é de José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor).

O ritmo das obras pode ser afetado, na prática, pela demora na liberação de licenças ambientais e por avaliações do Tribunal de Contas da União (TCU), capazes de dificultar e até impedir o andamento do cronograma. "Essas questões precisam ser bem avaliadas e conversadas para que, na prática, todo esse investimento traga os resultados esperados", diz.

Para ele, o anúncio da retomada de investimentos vem em ótimo momento, pois as empreiteiras de obras rodoviárias registraram, em 2011, a menor rentabilidade do ramo da construção desde 2004: 3,06%. Isso refletiu a escassez de projetos nos últimos anos. "Em 2007, diante da expectativa do Plano de Aceleração do Crescimento 1, o setor investiu em qualificação de mão de obra, na compra de equipamentos e contratação de pessoal", informa. No entanto, sentiu o baque da desaceleração no caixa e o cenário não parecia promissor, devido à decisão do governo de zerar a alíquota da Cide-Combustíveis, que era uma fonte de arrecadação permanente para a área.

Segundo informações da Aneor, a economia está diante de uma grande oportunidade de crescimento, pois há estudos mostrando que de cada R$ 100 milhões aplicados em infraestrutura de transporte, 45% vão para compra de produtos industriais, como cimento, máquinas e motores, veículos, o que alavanca o setor industrial e gera milhões de empregos.

Dario Galvão, diretor-presidente do Grupo Galvão, que abriga a Galvão Engenharia, da área de construção de infraestrutura de logística, energia e saneamento básico, mostra-se confiante na regulação das novas concessões. "Não tenho dúvida de que o novo modelo trará a segurança adequada", afirma. Para ele, "o Brasil tem dado demonstrações claras de que tem um ambiente institucional e legal seguro". Além disso, ele considera que o equacionamento para a redução dos patamares de juros é mais um incentivo para o envolvimento do setor privado. "Desafios terão de ser vencidos, em especial o desenvolvimento de um mercado de capitais que possa oferecer alternativas às necessidades de financiamento", analisa.

O presidente do grupo afirma que a Galvão Engenharia pretende concorrer nas diversas oportunidades que surgirão a partir agora. Da mesma forma, Arthur Piotto Filho, diretor financeiro e de relações com investidores da CCR, grupo de concessionárias de rodovias, disse em entrevista ao Valor que a empresa tem intenção de partir para a construção de ferrovias, um ramo em que ainda não atua. A empresa aguarda os detalhes da licitação dos mais de 10 mil quilômetros de trilhos, além de estar também interessada no trem-bala entre Rio, São Paulo e Campinas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ecovias inicia obra de anel viário em Santos

05/12/2012 - Valor Econômico

A Ecovias começou hoje as obras de ampliação do acesso rodoviário à Baixada Santista, do qual é concessionária. No total, o pacote prevê investimentos de R$ 328 milhões na eliminação de gargalos viários ao porto de Santos, ao polo industrial de Cubatão (SP) e a demais cidades do litoral, por onde passam cerca de 100 mil veículos por dia. A previsão é que as obras estejam concluídas até setembro de 2014.

Como contrapartida, a Ecovias, subsidiária do grupo Ecorodovias, ganhou mais 18 meses no contrato de concessão do Sistema Anchieta-Imigrantes com o governo do Estado de São Paulo. O prazo de exploração, agora, termina em outubro de 2025.

O pacote prevê a ampliação e a remodelação do trevo localizado no quilômetro 55 da Rodovia Anchieta – hoje um gargalo. Este trevo, em Cubatão, foi construído na década de 1940 e é palco de constantes congestionamentos.

Será construído um mini anel viário interligando as rodovias Anchieta, Cônego Domênico Rangoni, Imigrantes e Padre Manoel da Nóbrega. A nova malha viária será erguida no entorno do antigo trevo – que será desativado – e terá um viaduto de aproximadamente 900 metros de extensão com quatro a cinco faixas de rolamento.

A licença ambiental de instalação, permitindo o início das obras, foi assinada ontem, no local, pelo secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Bruno Covas. A obra levará 22 meses, "mas, se apertar, dá para fazer em 21 meses", disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao presidente da Ecorodovias, Marcelino Rafart de Seras, que estava no evento.

Outra obra que integra o pacote é a construção de uma terceira faixa com 16 quilômetros de extensão, sendo oito quilômetros por sentido, na Cônego Domenico Rangoni, entre os quilômetros 262 e o 270, na região do polo industrial de Cubatão. A intervenção incluirá os alargamentos das pontes sobre o Rio Cubatão e o Rio Perequê, e do pontilhão sobre o Rio Perequê.

O aditivo contratual assinado entre o governo e a concessionária Ecovias estabeleceu a taxa interna de retorno (TIR) em 9,1%. Pela TIR original resultaria extensão de 59 meses e não de 18 meses no prazo de concessão.

"É um caso exemplar. A TIR da década de 1990, quando foram feitos os contratos de concessão, é de dois dígitos, de 20%, 22%. Pela primeira vez nós conseguimos negociar uma TIR de um dígito", afirmou Alckmin, que inaugurou o canteiro de obras.

A próxima etapa, disse o tucano, será melhorar a entrada de Santos – que é a mesma há décadas, apesar de o porto ter multiplicado a movimentação de cargas no período. Nos últimos 20 anos, por exemplo, a movimentação física do cais santista cresceu três vezes, devendo ultrapassar 100 milhões de toneladas neste exercício.

"[Isso] Envolve a Prefeitura de Santos, para fazer o viário local, a União, para fazer a chegada ao porto, e o Estado, na chegada da Anchieta. Teremos de fazer um binário, um novo viaduto. Vamos nos debruçar", disse Alckmin.

Fonte: Valor Econômico, Por Fernanda Pires


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